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É notório o impacto, significativo, que a pandemia de COVID-19 teve na educação, não só no Brasil como no mundo todo. A necessidade da interrupção das aulas presenciais e a migração para o ensino remoto (quando possível) foi um desafio para estudantes, professores e pais demonstrando, muitas vezes, dificuldades de acesso à tecnologia e problemas de motivação e engajamento.
Neste sentido, vale uma ressalva a respeito do que é motivação e seu papel, essencial, no processo de ensino e de aprendizagem. Motivar é planejar diversas ações e comportamentos para que se atinja um objetivo. Quando se tem o objetivo de aprender, não se pode deixar de pensar nas estratégias e planos para que tais ações sejam executadas com êxito e, enfim, atinja-se o aprendizado, de fato. Além da falta de motivação, muitas vezes deparamos com pais, que foram essenciais para esse processo de aprendizagem durante a pandemia, despreparados e, em alguns casos, sem conhecimento acadêmico, inclusive, para a condução de tal processo. As desigualdades educacionais, com a pandemia, foram escancaradas, sobretudo, aos discentes que estão em maior condição de vulnerabilidade (estudantes de baixa renda, imigrantes, moradores de áreas rurais, estudantes de inclusão, entre outros) que têm menos acesso à tecnologia e menos suporte familiar para ajuda-los a aprender a distância. Podemos também considerar a condição de que o ser humano é um ser social e, evolutivamente, nosso cérebro desenvolveu-se como um cérebro sociável, que tem necessidade de contato com outras pessoas e, inclusive, esse processo de interação é essencial para que se possa aprender e evoluir. Banir o contato físico, como a pandemia impôs, trouxe uma lacuna, sem precedentes, na necessidade de estimulação ativa (que as telas não trazem), tão essencial para o processo de ensino e de aprendizagem efetivo.
Diante de tantos aspectos que impactaram, de forma negativa, na aprendizagem durante o processo pandêmico, sobretudo, na educação básica, recebemos, em nossas salas de aula, alunos com déficits, significativos, de aprendizagem. Com essa realidade pós pandemia, é necessário que nós, educadores, repensemos nossas práticas pedagógicas e, mais uma vez, promovamos uma adaptação do ensino para que possamos acolher tamanha diversidade que encontramos na sala de aula, de modo que possamos atender às necessidades de aprendizagem dos estudantes, trazendo, para o dia a dia da sala de aula, novos métodos de ensino, adaptação de materiais e de tecnologias existentes, além de um grande acolhimento afetuoso.
Penso que, nesse espaço de troca, possa trazer algumas sugestões que permitam, na minha visão, possibilitar e auxiliar na recuperação da aprendizagem nesse período pós pandemia.
Primeiramente e, mais do que nunca, é necessário que tenhamos um olhar individualizado para cada um de nossos alunos. Cada um de nós aprende de uma maneira diferente, tem um modo único de aprender e, assim, também acontece com nossos alunos. Mesmo que não seja tão fácil, diante, muitas vezes, do quantitativo de alunos que temos em sala de aula, neste retorno pós pandemia, é necessário que tentemos, ao máximo e na medida do possível, sermos capazes de nos adaptarmos ao ritmo e às necessidades individuais de nossos alunos que, certamente, sofreram interrupções, significativas, no aprendizado, devido à pandemia.
É necessário, neste momento, uma abordagem multidisciplinar, de modo a potencializar, principalmente, através de projetos colaborativos que integrem várias disciplinas, o processo de ensino e aprendizagem.
O acompanhamento e a avaliação contínuas são de fundamental importância para que se tenha o monitoramento do progresso dos estudantes de maneira regular e, se necessário, possam ser feitas adaptações às estratégias de recuperação, de acordo com seus resultados, sempre focando nas necessidades individuais para que se garanta uma aprendizagem efetiva e, consequentemente, a recuperação da aprendizagem.
Por fim, eu apontaria um fator que considero essencial na aprendizagem, sobretudo na atualidade: o fortalecimento das habilidades socioemocionais! A pandemia teve um impacto muito grande na saúde mental e bem estar de todos nós, inclusive nossos alunos. É de suma importância que incluamos ações que fortaleçam as habilidades socioemocionais nos programas de recuperação da aprendizagem. Quando eu falo em habilidades socioemocionais estou falando, também, em afeto, estou falando em educação humanizada. O educador humanizado é aquele que ensina sob os olhos da afetividade, do carinho, mas, sobretudo, sob os olhos do amor! O amor, quando equilibrado, é uma emoção que tem o poder de potencializar conexões sinápticas, ou seja, aumentar o funcionamento de uma região, de nosso cérebro, que se chama hipocampo. A principal função do hipocampo é fazer a transposição da memória de curto para a memória de longo prazo e isso é aprendizagem, ou seja, se eu imprimo amor durante o processo de ensino e aprendizagem, eu potencializo esse processo e torno a aprendizagem muito mais efetiva.
Um bom retorno, às aulas, para todos nós! Que possamos recuperar a aprendizagem de nossos alunos e que esse processo de recuperação, assim como 2023, venha repleto de muito amor!
Excelente reflexão. As emoções terão papel maravilhosos nessas volta às aulas.